quinta-feira, 28 de abril de 2011

Música evangélica pede: chute seu namorado ateu

O que você, ateu, faria se descobrisse que a pessoa que você ama é cristã, judia, ou tem outra religião qualquer? Terminaria imediatamente o relacionamento e ainda recomendaria a mesma atitude a todos que se encontram na mesma situação? Na situação inversa, é exatamente isso que fariam os integrantes da banda gospel Metal Nobre. Confira a letra da música Não tem que ser assim, atualmente a segunda mais popular do grupo no site Vagalume:


Toda minha vida eu te entreguei meu coração
por você orei, paguei o preço, e agora você diz não
que não quer seguir comigo adorando a Deus
e só agora descobriu que isso não está nos planos teus
você não faz idéia quanto tempo eu estive a procura
alguém com quem pudesse dividir esse meu caminhar
te peço que se ligue apenas uma vez em tudo que eu vou dizer
sei vai ser difícil você entender, mas assim não pode ser
meu amor, não, não me queira mal
amar a Deus sobre tudo para mim e essencial
vou dizer, não tem que ser assim
mas se Deus não serve pra você você Não serve pra mim
e se preciso for eu esqueço seus olhos dou um beijo de adeus e vou
(solo)
e se preciso for eu esqueço seus olhos dou um beijo de adeus e vou
meu amor, não, não me queira mal
amar a Deus sobre tudo para mim e essencial
vou dizer, não tem que ser assim
mas se Deus não serve pra você
mas se Deus não serve pra você
mas se Deus não serve pra você
você não serve pra mim
te dou um beijo de adeus e vou
Eles não parecem ter contrato com uma gravadora, que seria o canal mais adequado de protesto. Os interessados podem mandar seus comentários à banda pelo twitter, myspace ou no youtube. Se alguém achar que vale a pena gastar dinheiro com isso, os telefones de contato são

JT - (61) 3042 6420 / 8222 1513 [TIM]
HIRION - (61) 8218 3222 [TIM]

terça-feira, 26 de abril de 2011

Datena: "quem acredita em deus jamais faz uma coisa dessas"

No programa Brasil Urgente de 7 de abril, Datena falou sobre o caráter religioso da carta de Wellington Menezes, o atirador do massacre do Realengo. É claro que ele afirmou que

"O sujeito era um maluco, um xarope de amarrar com corrente, não tem nada a ver com religião. Jamais. Mesmo porque quem acredita em deus jamais faz uma coisa dessa daí, tendeu? Nao tem nada a ver com religião, o cara era um maluco. Maluco completo." (Veja o vídeo aqui)

Precisa dizer alguma coisa? Deixe sua opinião em http://www.band.com.br/brasilurgente/videos.asp.

sábado, 16 de abril de 2011

Sir Anthony Hopkins sai e volta para o armário

Um dos sintomas mais claros do preconceito e da discriminação que sofrem ateus e agnósticos é a necessidade que muitos de nós sentem de esconder suas opiniões, e muitas vezes até de mentir sobre elas. O que pode estar em jogo? Sua família, seus amigos, seu casamento, sua carreira...

Que muitos ateus estão no armário não é novidade. Mas é particularmente triste quando um indivíduo que era publicamente descrente de uma hora para outra não apenas se diz religioso mas até inventa um passado de religiosidade para criar uma história mais autêntica. Esse parece ser o caso de Sir Anthony Hopkins. Até alguns meses atrás, ele se posicionava como um agnóstico ferrenho, rejeitando o ateísmo forte ("I couldn’t live with that certainty") e advogando a ideia de que a dúvida é inescapável, como deixam bem claro algumas de suas declarações feitas em entrevista à CNN:

"I know atheists, brilliant atheists. I enjoy reading Christopher Hitchens, I’ll examine everything. But, what I enjoy is uncertainty. There’s lines in this movie where I say, ‘Cherish your doubts because there God is hiding.’ I don’t know. You don’t know. None of us know."
 
"I made a point in The Rite, I was saying to the young priest, ‘So what do you believe in? The truth? Oh, yes, the truth. Look where that got us. Hitler, Stalin – they know the truth.’"

As declarações surgiram a propósito do seu último filme, O Ritual, em que ele interpreta um padre que encontra um seminarista mais cético relutantemente frequentando um curso de exorcismo. Como é comum nos casos de filmes com apelo religioso, a imprensa (e talvez os produtores do filme) tem interese em explorar as crenças pessoais dos atores, esperando-se em geral que eles não sejam "do contra" e ajudem a promover como realidade a fantasia do filme - um pouco como um mágico que nunca sai do papel e afirma mesmo fora do palco que suas ilusões são "pra valer".
 
Hopkins deu algumas declarações claras, afirmando que não se considerava crente nem ateu ("agnóstico, talvez"). Mas logo surgiram outras mais ambíguas ("Acho que agora acredito não em um deus pessoal interessado em meus assuntos, mas em um deus do universal, em uma mente divina universal. É um mistério, por isso mantenho uma mente aberta a tudo isso. Acredito em algo muito maior do que eu, um poder maior. Posso chamá-lo Deus, como posso chamá-lo de qualquer outro nome"), em que ele afirma crer no deus de Einstein e Spinoza (""But everything is God. Everything is particle physics. I've read everything I can. I started reading Charles Darwin's 'The Origin of the Species' . I believe in a God that Einstein believed in, a sort of Spinoza kind of interpretation"), uma "divindade" impessoal, ausente, que é a própria natureza, nada faz e não escuta nem se importa com os humanos - o que nos faz perguntar por que chamá-la de divindade. O "deus" de Spinoza é sem dúvida a última parada dentro do teísmo antes de chegar ao ateísmo. Ou a primeira parada para quem faz o caminho contrário. 
 
O curioso é que a descrença de Hopkins levou-o a interferir nas falas do filme, com a permissão do diretor, o que ele comenta com um inconfundivel tom ateísta:
"Queria dar outra dimensão. É um sacerdote que perdeu sua fé. Disse (a Hafstrom) que eu gostaria de acrescentar algumas linhas, e (nelas) digo que há dias nos quais não sei no que acredito, se em Deus ou em Papai Noel"
Para deixar bem claro: o ator incluiu no filme uma fala em que o padre que ele interpreta afirma ter dúvidas sobre a crença em deus, e afirmou que o fez porque sua posição pessoal é a de dúvida. Sua declaração pode ser lida no original aqui. Também há uma interessante reportagem sobre o caso no blog paulopes. No entanto, subitamente Hopkins passou de alguém que não apenas não acredita mas condena as certezas e dogmas ("I think it is dangerous. Certainty is responsible for some of the most awful terrors in the world.") a um devoto cristão, por ter sido tirado do alcoolismo.


Para azar de Hopkins, em 31 de janeiro o importante jornal britânico The Telegraph já havia publicado uma entrevista sua em que ele conta que superou o alcoolismo sozinho:

“When I first came to LA in the Seventies,” Hopkins admits, “I was drinking up a storm. Everyone else was doing drugs. But one day I just thought: ‘This is it. No more booze.’ I’d had a couple of warnings. People told me: ‘ You’ve got a nice career ahead of you, you should clean yourself up.’ But I didn’t do it for the work. I did it for me.” 
Talvez porque suas declarações não foram bem aceitas nos Estados Unidos (onde ele se naturalizou), ou por pressão dos estúdios, ou simplesmente por ganância, no dia 7 de fevereiro essa história mudou radicalmente e, na mesma entrevista a Piers Morgan, da CNN, em que ele firmou sua ausência de crença, ficou assim:


HOPKINS: No, I can't have a cynicism. And I used to be an atheist. I was an agnostic for many years.

MORGAN: What changed? What changed?

HOPKINS: Oh, something, a crisis in my life, some 35 years ago, and I was hell bent on destruction. And I just asked for a little bit of help, and suddenly, pow. It was just like, bingo.

MORGAN: So it's a fact that you, in that moment, as an atheist, you decided to pray to God, did you?

HOPKINS: Oh, I - I did. I was here in New York at the time and I was in desperate straights. I was drinking - couldn't stop. Couldn't stop. And I was - it was like being possessed by a demon, an addiction, and I couldn't stop. And millions of people around like that. I could not stop.

There's no way I could get it, and I suddenly, in Los Angeles, I made that quantum leap when I asked for help. I just found something and a woman talked to me and she said, just trust in God. And I said, well, why not? And was such a quantum leap from this to that.

MORGAN: And did you - did you literally pray? Did you go to a church or the -

HOPKINS: No, I - no, I didn't. I think because I asked for help, which is a form of prayer. Because you - if the ego - if I say, well, I can do it on my own. I can do anything on my own. I can conquer anything. That's nonsense. I can't conquer anything. I don't know you - I don't -

This guy says in the film, I say, I'm weak. I am powerless. I have no power. And I don't know anything. The priest says that's humility.

And I knew a psychiatrist in London who was a priest and I went to him to - I'm looking for guidance once, not therapy, and he said why do you want to become a Catholic. I said, I just need a center in my life. He said, well, think very carefully before you do that. It's a big deal.

He said what is the problem? I said I just feel a bit lost. He said, well, join the human race. And he told me about his own loss of faith, and not being a theologian myself, I thought - I said, what's it like? He said, it's hell. He said but you'll find your way back or you destroy yourself.

Vejam as palavras exatas de Hopkins, minutos antes, sobre sua descrença:

(BEGIN VIDEO CLIP)

HOPKINS: We're always looking for proof, certainty. The question is what on earth would do we do if we found it?

COLIN O'DONOGHUE, ACTOR: You?

HOPKINS: Oh, yes. At times I experience a total loss of faith, days, months when I don't know what the hell I believe in, God or the devil, Santa Claus or Tinkerbell. Yet there's something that keeps digging and scraping away inside me. It feels like God's fingernail. And, finally, I can take no more of the pain and I get shoved out from the darkness back into the light.

(END VIDEO CLIP)

MORGAN: How much of that is - is you?

HOPKINS: It's all me.

MORGAN: That's what I thought. You put that in there, didn't you?

HOPKINS: Yes.

MORGAN: And is that - and is that because you actually - that's really what you believe yourself?

HOPKINS: That's what I believe in. Well, I have e-mail correspondence with the director from - he lives in England and I live in California. And I said I wanted to give a dimension to this. He is in a lot of conflict himself.

And I said I'd like to add the line atheist, whatever the line is, about skeptics and atheists, how we obviously have a problem, and the young priest says, "You?" I say, "Oh, yes. Every day, many times I lose my faith." And I guess I have an open idea about it all.

MORGAN: Do you believe in God?

HOPKINS: Yes, I do. I do. I'm not an atheist. I don't know what it is. None of us do.

Everything is God. Everything is particle physics. I've read everything I can. I started reading Charles Darwin's "The Origin of the Species" and -

MORGAN: What do you don't like? You don't like absolutism, do you?

HOPKINS: No. No.

MORGAN: You don't - you don't like the sense of somebody being in the right, which tends to be the pretext of - most certainly on the more extreme ends of almost every religions is that they're fundamentally correct.

You don't like that. You think that's dangerous?

HOPKINS: I think it is dangerous. Certainty is one of the most awful terrors of - in the world because people were certain, "I know the truth." I - I made a point in the film, I was saying to the young priest, I said, so what do you believe in? The truth? Oh, yes, the truth. Look where that got us. Hitler, Stalin - they know the truth.

And I know atheists, brilliant atheists. I enjoy reading Christopher Hitchens and - and I'll examine everything. But, what I enjoy is uncertainty.

There's lines in this where I say cherish your doubts because there God is hiding. I don't know. You don't know. You're - you're a good Catholic, I'm sure.

 Sem querer, ele escorrega usa a primeira pessoa do plural ("we") para falar de céticos e ateus. Notem: minutos antes ele tinha advogado a descrença, depois o "deus" impessoal de Spinoza e por fim um deus que escuta orações e cura alcoólatras, ao mesmo tempo que nega ser ateu. Será que Hopkins estava confuso sobre o seu passado e sobre suas crenças ou será que ele simplesmente quis criar uma história bonita aos olhos dos crentes, incluindo ainda uma suposta semelhança com possessão? O que é mais provável? 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Jean Wyllys fala novamente sobre perseguição a ateus

Em texto postado ontem no BrasiWiki (Jean Wyllys responde à nota de wikirepórter no JB)
, o deputado Jean Wyllys nos brindou com diversos trechos que merecem ser reproduzidos aqui:

Em primeiro lugar, quero lembrar que nós vivemos em um Estado Democrático de Direito e laico. Para quem não sabe o que isso quer dizer, “Estado laico”, esclareço: O Estado, além de separado da Igreja (de qualquer igreja), não tem paixão religiosa, não se pauta nem deve se pautar por dogmas religiosos nem por interpretações fundamentalistas de textos religiosos (quaisquer textos religiosos). Num Estado Laico e Democrático de Direito, a lei maior é a Constituição Federal (e não a Bíblia, ou o Corão, ou a Torá).

Logo, eu, como representante eleito deste Estado Laico e Democrático de Direito, não me pauto pelo que diz A Carta de Paulo aos Romanos, mas sim pela Carta Magna, ou seja, pelo que está na Constituição Federal. [...]

 Sendo a defesa da Dignidade Humana um princípio soberano da Constituição Federal e norte de todo ordenamento jurídico Brasileiro, ela deve ser tutelada pelo Estado e servir de limite à liberdade de expressão. Ou seja, o limite da liberdade de expressão de quem quer que seja é a dignidade da pessoa humana do outro.[...]

Assim como o trecho da Carta de Paulo aos Romanos que diz que o “homossexualismo é uma aberração” [sic] são os trechos da Bíblia em apologia à escravidão e à venda de pessoas (Levítico 25:44-46 – “E, quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das gentes que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas…”), e apedrejamento de mulheres adúlteras (Levítico 20:27 – “O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro, certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue será sobre eles…”) e violência em geral (Deuteronômio 20:13:14 – “E o SENHOR, teu Deus, a dará na tua mão; e todo varão que houver nela passarás ao fio da espada, salvo as mulheres, e as crianças, e os animais; e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás para ti; e comerás o despojo dos teus inimigos, que te deu o SENHOR, teu Deus…”). [...]

Talvez não se saiba, mas quem garantiu, na Constituição Federal, o direito à liberdade de crença foi um ateu Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Aforjá, Jorge Amado. Entretanto, fundamentalistas cristãos querem fazer uso dessa liberdade para perseguir religiões minoritárias e ateus.

Repito: eu não declarei guerra aos cristãos. Coloco-me contra o fanatismo e o fundamentalismo religioso – fanatismo que está presente inclusive na carta deixada pelo assassino das 13 crianças em Realengo, no Rio de Janeiro.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Para colunista, causa da tragédia foi "principalmente a falta de deus na vida das pessoas"

No último dia 10, o jornal O Vale publicou o texto Absurdo... Repugnante..., de João Júlio da Silva, sobre a tragédia do Realengo. Nele, o autor afirma

Mais que uma tragédia provocada por um doido, o que ocorreu no Rio é uma somatória de vários fatores, como a inversão de valores da sociedade atual, consumismo exacerbado, o lixo da televisão, o funk carioca (é, isso mesmo), exposição abusiva do corpo, drogas, juventude desnorteada e, principalmente, a falta de Deus na vida das pessoas.
 Se por um lado, pode-se alegar que a expressão "falta de deus no coração" tem um certo ar de subjetividade emprestado pela figura de linguagem cardíaca, a expressão "falta de deus na vida das pessoas" é bem mais clara. Se falta uma coisa na vida de uma pessoa é porque ela não a tem, ou tem em pequena quantidade. E é claro que não há deuses na vida dos ateus. Mesmo que não seja intenção de Silva atribuir ao ateísmo a tragédia (o que duvido), ao fim e ao cabo é isso que ele efetivamente diz. PROTESTEM! Os endereços são

redacao@ovale.com.br, joaojulio.silva@ovale.com.br

Outros contatos estão na página de expediente do jornal.

Faixa na escola "aos 12 anjos de deus". E os ateus, como ficam?

E a tragédia do Rio continua mostrando tudo que alguns nobres religiosos do país pensam sobre os ateus - ou como eles preferem ignorar nossa existência.

No alto do portão principal da escola municipal Tasso da Silveira, foi afixada uma faixa com os dizeres

"Aos 12 anjos de deus." Deixai vir a mim as criancinhas pois das tais é o reino de deus. Que deus console sempre as Famílias!

É claro que os religiosos têm todo direito de pensar assim. O que é aviltante é que eles ignorem ativamente a existência de ateus entre as vítimas, pais, colegas, professores e demais funcionários da escola, sequestrando o sentimento de luto para expressá-lo de maneira a excluir todos que não partilham suas crenças religiosas. Com isso, eles chutam para escanteio não só ateus como todos os que não são cristãos, uma vez que a mensagem traz um versículo bíblico.

Esse tipo de atitude faz parte de um contexto geral de identificar o bem com os cristãos e suas crenças e monopolizar a moral, como se tem visto seguidamente neste espaço. A faixa constitui uma flagrante violação da laicidade do Estado brasileiro, expressa pelo art. 19 da Constituição Federal. A escola pública é laica e não pode ser utilizada por grupos particulares para seus próprios fins. PROTESTEM!

Ouvidoria da Secretaria Municipal de Educação
Tel: 21 2976-2000
ouvidoriasme@sme.rio.rj.gov.br

Brito Jr.: médicos não são capazes de salvar vidas sem "fé numa força maior"

Em entrevista ao MSN entretenimento, perguntou-se ao apresentador Britto Jr: "Você é religião ou ciência?" Confira a resposta:

"Religião, porque nem os médicos são capazes de salvar vidas se não tiverem fé numa força maior do que a própria ciência."

Aparentemente, Britto imagina que médicos ateus não salvam vidas. PROTESTE!! O ideal é dirigir suas mensagens ao empregador de Britto, que apresenta o programa A Fazenda na rede Record e mantém um blog no portal R7. O endereço é

http://www.r7.com/institucional/fale-com-o-r7/index.html

O twitter da produção do programa é http://twitter.com/#!/fazendarecord, mas não esperem que eles leiam suas mensagens. Os contatos do jornalista são os seguintes:

http://twitter.com/#!/brittojr
http://www.brittojunior.com.br/contato.php

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Avó de vítima: "Wellington não tem fé em Deus"

No dia dos acontecimentos, Maria José dos Reis Rocha, de 59 anos, avó de Bianca e Brenda, gêmeas de 13 anos baleadas por Wellington Menezes de Oliveira, o atirador do Realengo que deixou textos cheios de referências religiosas, deu a seguinte declaração:

“Ele só pode estar louco e não tem fé em Deus. As crianças é que pagam? Tiraram um pedaço de mim”. (Retirado de http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/minha+neta+deu+a+vida+pela+amiguinha/n1300034974955.html)

Para Jota Oliveira, ateísmo anda junto com mentira, fraude, agressão, intolerância...

No texto "Carpe diem!", publicado ontem pelo jornal Tribuna do Norte, Jota Oliveira afirmou:

Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite! Chique do chique é não se iludir com “trocentas” plásticas do físico... Quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância, ateísmo... falsidade. Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta. Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour! Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus! Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, Amor e Fé nos tornam humanos! (Glória Kalil)
 Em suma: para o autor, ateísmo não apenas é uma qualidade absolutamente indesejável e até criminosa (tanto quanto grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão e intolerância). Mais do que isso, além de não sermos "chiques", uma qualidade igualada por ele a tudo que existe bom, também somos menos humanos porque não temos fé. PROTESTE!

O mais importante é enviar correspondência ao jornal, pois isso o pressiona a ceder direito de resposta, publicar cartas que outros leitores possam ver e policiar publicações preconceituosas. O email é pauta@tribunadonorte.com.br.

Para quem quiser contatar também o autor:

http://twitter.com/jota_oliveira

jotaoliveira@jotaoliveira.blog.br

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Síntese do pensamento religioso sobre o atentado

Primeiro, "o assassino era ateu! É falta de Deus!"
Depois, "era muçulmano! Esses terroristas fanáticos!"
Por fim, "era cristão? Não se pode culpar a religião por isso."

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para coronel, "só pessoa afastada de qualquer vínculo a deus poderia fazer uma coisa dessas"

Em declaração ao vivo à Rede Globo hoje sobre o atentando na escola carioca que matou pelo menos dez crianças, o coronel Djalma Beltrame, comandante do 14o batalhão de Bangu (RJ), afirmou que

só uma pessoa muito alucinada porque, por mais que uma pessoa seja cruel, por mais que ela seja má por dentro, ela não teria coragem de fazer o que fez. Só um alucinado, uma pessoa fora de qualquer espírito cristão, qualquer vínculo a [sic] deus poderia fazer uma loucura dessas. (Início aos 1'23" deste vídeo)
No mesmo vídeo, o coronel fala sobre o conteúdo carta que o atirador carregava consigo e que apontava para vínculos dele com o islamismo. O coronel conseguiu ofender não apenas os ateus, mas os dois terços da humanidade que não são cristãos.

Para enviar sua denúncia, você pode procurar:

A Corregedoria da PM-RJ
A ouvidoria da Secretaria de assistência social e direitos humanos do RJ
O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, dep. Marcelo Freixo (PSOL)
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Postagens no twitter

Mesmo quem não tem twitter pode verificar nossas postagens em http://twitter.com/#!/ateus_atentos. Diariamente temos reproduzido dezenas de comentários preconceituosos.