sábado, 12 de março de 2011

Frei Betto - Feedback IV

Desculpem, o assunto parece não ter fim.

Desde a semana passada eu já sabia existirem duas versões do texto de frei Betto, mas imaginava que somente a publicada pela Folha era legítima. Mas percebi que ambas são legítimas, e a publicada pela Folha é somente uma síntese, enxugada para caber nos 3000 caracteres disponibilizados na página 3 do jornal. A versão original só pode ser a maior, destinada a publicação online, que não tem limite de tamanho.

Nessa versão maior, Betto parece ainda mais claro sobre o que pensa de nós:
"Aluna de colégio religioso na juventude, dirigido pelas freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava ativamente de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia". Aliás, raros os presos políticos que professavam convictamente o ateísmo. Nossos torturadores, sim, o faziam escancaradamente ao profanarem, com toda violência, os templos vivos de Deus: suas vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte."
O pronome obliquo deixa claro: o que os torturadores faziam escancaradamente? Professavam convictamente o ateísmo. Aqui fica claro que a intenção original nada tinha a ver com o ateísmo militante, mas com o ateísmo em si. Comparem com a versão resumida:

"Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de 'marxista ateia'. Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte."
Há vários pontos em que o autor "economizou" caracteres: substituindo "na juventude" por "ex", "pelas" por "por", removendo o "ativamente" e o comentário sobre os demais presos políticos, etc. Da mesma maneira, a ideia de "militante" só apareceu para resumir a ideia. Betto definitivamente equaciona o "professar" ateísmo com a tortura, independentemente da militância. O caso com a Folha já está encerrado, mas vocês podem enviar comentários para as mídias que publicaram esta última versão maior. Por exemplo, o site Amai-vos, que tem parceria com a Atea. Recomendamos que enviem uma mensagem à coordenação do site e deixem outra registrada junto ao artigo:

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/contato/contato.asp
http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=16104&cod_canal=53

Caso desejem escolher outros sites que publicaram essa versão estendida para enviar seus comentários, podem buscar em

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=%22Alias%2C+raros+os+presos+politicos+que%22

Mandem já seus comentários!

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