sábado, 12 de março de 2011

Irmão marista - Feedback II

O jornal Diário do Pará publicou mais uma carta de protesto contra a declaração do irmão
marista, que vai reproduzida ao fim. É difícil imaginar que isso aconteceria sem
a organização e a determinação geradas por esta lista, cujas ações já emplacaram
diversos sucessos neste curto período de existência, e isso antes de atingirmos
sequer 200 membros. Espero que isso sirva de incentivo a novas adesões.

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RESPOSTA ÀS DECLARAÇÕES DO IRMÃO AFONSO HAUS

Caio Maximino de Oliveira
Bairro da Pedreira


É com pesar que leio, na edição de domingo (17/outubro/2010), a declaração do
irmão marista Afonso Haus, que diz ter "pena daquele que não tem fé" e
considerá-lo "um nada!". Compreendo que o momento é precisamente de fé e crença,
com o Círio recente, uma importante festa religiosa e cultural que tanto
representa nosso Estado. Entretanto, me sinto atacado pela declaração do irmão,
que mostra-se preconceituosa e hostil aos ateus e agnósticos. O irmão Haus parte
do princípio de que, sem fé em Deus, não há possibilidade de ética, com o qual
discordo veementemente.
Em primeiro lugar, a falta de ética não é prerrogativa dos ateus, haja vista os
diversos casos de pedofilia na Igreja Católica, os assassinatos em massa
promovidos pela mesma Igreja durante a Idade Média, os casos de corrupção de
políticos religiosos... Em segundo lugar, existe sim espaço para comportamento
ético dentro do ateísmo; nós, ateus, somente não terceirizamos nossa consciência
moral, nos permitindo (e obrigando) a reflexão moral crítica.
Os princípios que o irmão Haus apregoa como exclusivos da educação marista não o
são; e esperança e caridade são tão parte de uma ética secular quanto de uma
ética cristã. Vide análises do filósofo (cristão) Baruch de Espinosa.

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