sábado, 12 de março de 2011

JOSÉ SERRA: PRECISAMOS DOS RELIGIOSOS PARA TRATAR DEPENDENTES

No debate de ontem entre candidatos à presidência, José Serra fez a seguinte afirmação:

"A minha proposta, nesse caso, é fazer uma rede nacional de dependentes químicos. (...) No governo de São Paulo, eu fiz isso. Foram pelo menos três clínicas, com muitos leitos. Além de apoiar as chamadas comunidades terapêuticas, em geral de natureza religiosa. Aliás, nós precisamos dos movimentos religiosos para esse trabalho de recuperação."

2'15"
http://www.youtube.com/watch?v=GMnVvR2XCK0


É praxe nas iniciativas "assistenciais" religiosas que elas efetuem uma venda casada, oferecendo auxílio ao mesmo tempo que atividades religiosas, em uma venda casada que atinge os indivíduos num de seus momentos mais frágeis. Assim, o financiamento de tais "comunidades", eufemisticamente chamado de "apoio", constitui um subsídio estatal para atividades religiosas, o que é claramente proibido pelo art. 19 da Constituição Federal .

O caráter religioso das CTs resta claro no código de ética da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract), que assim dispõe:
"a comunidade terapêutica deverá zelar pelo bem-estar físico, psíquico e espiritual do interno, proporcionando a ele alimentação nutritiva, alojamento adequado, tratamento eficiente e assistência espiritual que não conflite com sua crença."

Não parece haver qualquer espaço para um atendimento "não espiritual". As pessoas sem crenças religiosas simplesmente não existem para esse código. Na seção de princípios fundamentais, o texto afirma que

"nas comunidades terapêuticas deve ser assegurado, a todos os que dela participam, um ambiente livre de drogas, sexo e violência."

Até os internos em presídios têm direito a visita íntima, ou a armazenar a literatura erótica que desejarem. Mas os princípios "éticos" das CTs ligadas à Febract incluem não apenas a espiritualidade que parece ser obrigatória, como até a castidade - para todos, o que aparentemente inclui também os cuidadores.


Não deixem essa declaração passar em branco. Mandem suas cartas aos jornais, de preferência a mais de um. Eles têm a política de dar preferência aos temas e posições que recebem mais cartas, de maneira que quanto mais mensagens forem enviadas, maior é a chance de ao menos uma delas ser publicada. Sugerimos que mandem seus protestos a pelo menos dois grandes jornais nacionais e dois locais.

  • O Estado de S. Paulo: forum*grupoestado.com.br> (inclua nome completo, endereço e telefone)

Outros jornais http://www.jornaisdehoje.com.br/

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