sábado, 12 de março de 2011

Para Eros Grau - Feedback II

Esqueci de mencionar que o site sempre posta as cartas não publicadas na versão
impressa, e reconheci vários nomes ali, atestando mais uma vez a importância e a
eficácia do Dignidade sem Divindade e da lista de comunicados da Atea, que
sempre espelha os tópicos daqui.

Desta vez foram 7 expressando o nosso ponto de vista, e só uma apoiando o
jurista. Contando com os emails da versão impressa, o placar final foi 9 a 3. É
uma proporção notável!


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ANTICLERICALISMO

Causou-me profunda consternação ler o artigo do Ex-ministro do STF, Eros Grau,
sobre a "guerra santa" contra o ensino religioso nas escolas públicas do País
(Um panfleto anticlerical - 1/3, A2). A Procuradoria-Geral da República, ao
pretender que os professores da tal religião de formação cultural sejam "não
confessionais", ou seja, sem religião, deixa claro que a única religião a ser
ensinada é o ateísmo. A guerra é contra Deus, não resta dúvida. E por quê? O que
há de errado em ensinar nas escolas que é preciso amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como Ele nos amou? E ensinar também as consequências desse
mandamento sublime que promove o que há de mais nobre no ser humano? Não matar,
não roubar, preservar os valores da família, dar a cada um o que lhe pertence,
agir com misericórdia, pai e mãe dedicados aos filhos, filhos respeitosos para
com os pais. Algo errado nessa "cultura cristã"? Não basta ser apenas
politicamente correto. É preciso ensinar que o homem é livre e responsável por
seus atos e que há, sim, justiça divina. Que Deus é eterno e o homem, mesmo
quando exerce grande poder na terra é insignificante diante dele e a Ele um dia
prestará contas de como exerceu tal poder. Acho que tem muita gente querendo
esquecer esta última parte e tentando apagar Deus das consciências.

Sueli Caramello Uliano scaramellu@terra.com.br

São Paulo

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PROFESSORES ISENTOS

Na minha opinião, não há problema no ensino religioso em colégios. Já que muitos
ateus se tornaram tais, por ter uma boa base de conhecimento na história das
crenças. Mas acho que o ensino deve ser feito por professores que não tenham
relação à nenhuma instituição religiosa e acredito que deva ser feito de forma
neutra e facultativa, focando o ensino da cultura religiosa, sem proselitismo. O
maior problema do Brasil não é a falta de leis, mas sim a forma como são
elaboradas - o que da enorme margem à interpretações - e o que julgo mais grave:
A grande incompetência do Estado em manter honestas fiscalizações. Logo, até
como uma forma de evitar que as coisas não caminhem bem e corretamente, o ensino
não deve ser confessional.

Fabio Dias de Castro Silva fabio.schultz@gmail.com

São Paulo

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FIGURINHA EXTINTA

Em que pese a renomada e ilibada reputação e conhecimento do ex-ministro do STF
Dr. Eros Grau, fiquei consternado com as opiniões expressadas pelo mesmo. Será
que ele viu a decisão do conselho municipal de educação do Rio de Janeiro
eliminando o ensino religioso e os motivos oferecidos? Carga horária
impraticável, impossibilidade de haver conselhos sem proselitismo, falta de
professores capacitados, área de conhecimento inespecífica... Será que ele não
percebe que o dinheiro dos contribuintes pagará esta dita aula facultativa? Será
que ele não entende o perigo que é obrigar alunos da rede pública a externarem
suas convicções religiosas em um ambiente que deveria ser laico? Existem muitos
aqueles que não tem religião, ou até mesmo são ateus. Como este "ensino
religioso multiconfessional" vai lidar para mostrar o ponto de vista dos que não
tem confissão religiosa? Ensino religioso em colégio público é uma figurinha já
extinta em todas as democracias maduras. Não podemos ser contra o ensino
religioso em instituições privadas, ou fornecido diretamente por instituições
religiosas( que já gozam de imunidade tributária...) mas ensino religioso na
rede pública, não importa como, é fundamentalmente anticonstitucional e
antidemocrático.

Rafael Verolla de Moura rafaelverolla@gmail.com

São Paulo

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EDUCAÇÃO LAICA

Infelizmente parece que o Ministro Eros Grau se esqueceu que a educação no
Brasil é laica, como determina a própria Constituição da República. Escola e
religião são instituições diversas, não sendo admissível se confundir essas duas
esferas. Uma é obrigatória pela leitura da Constituição, a outra uma mera
faculdade dos pais, em promover um ensino religioso aos seus filhos.

Gustavo Câmara Corte Real cortereal.gustavo@gmail.com

Ervália (MG)

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MAIS ESSA

Concordo plenamente com a PGR. As escolas têm mais o que ensinar. Não basta as
isenções de impostos, as doações de terrenos, as ingerências políticas,a
pedofilia e ainda temos que custear o ensino religioso? Tenha dó!

José Milhomem milhomem.orto@gmail.com

São Paulo

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MEDIEVAL

Oferecer ensino religioso em escola pública é perpetuar a fantasia. Até quando
nossos compatriotas precisarão dessa lavagem cerebral das religiões para ser
bons cidadãos? Religião não define caráter. Precisamos de educação, emprego,
justiça, saneamento, moradias... Assim teremos todos os atributos que a religião
só consegue impor pela ideia irreal da punição e recompensa do tal ser divino.
Se nosso governo firma acordo com Vaticano católico, como ficam as outras
religiões? E nós que estudamos e temos a coragem de ser céticos? Não vamos
retroceder ao período medieval, não ao ensino religioso!

Luiz C. Sofal sofal@zoodonto.com.br

Belo Horizonte

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RESPEITO ÀS LIBERDADES

Fiquei surpreso ao ver o ex-ministro do STF Eros Grau deixando que sua
religiosidade pessoal se sobreponha a realidade dos fatos no editorial "Um
Panfleto Anticlerical" publicada por este jornal. O fato do Brasil ser tolerante
com todas as religiões como poucos lugares no mundo e a necessidade de um
relacionamento harmonioso entre Estado e Religião não são suficiente para que o
Estado passe a estar a serviço da religião, seja ela qual for. Também o fato da
constituição ter sido escrita "sob a proteção de deus" não torna nosso estado
religioso. O estado é laico e deve ser mantido como tal. Diz o ex-ministro "A
formação humana se completa na formação religiosa por livre opção dos pais". Eu
acho muito mais coerente que a opção religiosa seja uma opção pessoal que deve
ser feita pelas pessoas quando já formadas, e não impostas por seus pais. A
imposição religiosa dos pais sobre os filhos se aproxima mais da privação da
liberdade individual do que o PRG se aproxima de ser anticlerical. Esta de
parabéns a Procuradoria Geral da República por defender a laicidade do estado.
Espero que este tipo de pensamento externado pelo ex ministro do STF fique
restrito ao passado, a EX ministros, e que os novos ministros, muito mais
esclarecidos e formados em um ambiente de maior desenvolvimento cientifico e
intelectual tomem medidas no sentido da efetiva separação do estado e religião,
além do respeito as liberdades individuais.

Fernando Favero kastellsc@hotmail.com

Florianópolis

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ESTADO/IGREJA

É interessante lembrar que desde Rui Barbosa, 1a. Constituição Republicana, o
Brasil separou o Estado da Igreja. Nosso país é aconfessional. Respeita as
religiões - todas, não só a Católica Romana, como também o Ateísmo. Portanto, e
"venia concessa" do eminente ministro e professor se está equivocando.

Religião é nas casas de religião, que também podem ser igrejas. No Estado - há
que se afastar de todas as religiões, pois a religião também gera o fantasma da
pior ditadura - a que queima em belas fogueiras os seguidores das outras. Lembre
culto mestre as tragédias da Idade Média com a Inquisição Católica.

Achilles Craveiro acraveiroadv@uol.com.br

São Paulo

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http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110302/not_imp686438,0.php

Um comentário:

  1. A ESCOLA PRECISA SER LAICA. COMO SE SENTIRÁ UMA CRIANÇA QUE SEJA DE UMA RELIGIÃO DIFERENTE DAQUELA ENSINADA NA ESCOLA? SOFRERÁ PRECONCEITO POR NÃO FAZER PARTE DO GRANDE GRUPO, OU SEJA PRATICAMENTE TODA A ESCOLA, NA MAIORIA DAS VEZES.
    fICO DE CERTA FORMA PREOCUPADA COM ESSA DOUTRINÇÃO RELIGIOSA QUE AS ESCOLAS TENTAM PASSAR. PRECISAMOS RESPEITAR TODAS AS FORMAS DE PENSAR. GUERRAS RELIGIOSAS SEMPRE ESTÃO ENVOLVIDAS QUESTÕES POL´TICAS OU DE DINHEIRO, E ISSO NÃO É DE HOJE.

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